quinta-feira, 5 de março de 2015


NASCIMENTO


O nascimento de uma criança na família é um evento muito especial. Uma criança nova confirma a continuação da linha familiar e acrescenta respeito a esta. Apesar de famílias grandes ser comum entre os Rom, nem todos os Roma possuem famílias grandes. O anuncio da vinda de uma criança requer certos costumes a serem observados para a introdução de um bebê saudável na família.

Regras rígidas começam a ser observadas no momento da gravidez antes do nascimento em si de uma criança Rom. A maioria dessas regras são baseadas na crença de que a mulher é marimé, ou impura, durante a gravidez e por um período depois do nascimento da criança até o seu batismo. Quando uma mulher se certifica de que está grávida, ela conta ao seu marido e às outras mulheres na comunidade.
A gravidez assinala uma mudança em seu status no grupo. A gravidez significa que a mulher é "impura" e deve ficar isolada o tanto quanto possível de toda a comunidade. Ela se relaciona somente com as outras mulheres na comunidade. Apesar dela continuar vivendo em casa, seu marido pode passar somente poucos períodos de tempo com ela durante a gravidez. Normalmente ele assume as tarefas domésticas quando ela não é mais capaz de fazê-las.

A partir do nascimento, um Rom está sujeito 'a leis e costumes desenvolvidos por séculos e expressados pela Romaniya. Enquanto a severidade de muitas das leis tradicionais vai diminuindo com o tempo, traços delas ainda permanecem. Estas leis variam de tribo para tribo e de país para país. A vida dos Rom é uma vida dura, de constante exposição e perambulação de lugar para lugar. Por estas razões, a severidade tem sido essencial para sua sobrevivência, e rituais severos podem ser observados no momento do nascimento.

Tradicionalmente, o nascimento não pode acontecer na casa da família, seja uma tenda ou um vagão; porque se tornaria "impura". Por causa disto, um número cada vez maior de mulheres Roma preferem deixar o acampamento e suas casas para dar a luz em um hospital, apesar de seus desdém pelo jeito não-Rom de vida.

Não é porque elas pensem que irão receber um tratamento melhor, e sim porque desse jeito elas não irão manchar as suas casas. É permitido dar uma assitência ao parto se este acontece fora de um hospital, indicado por uma parteira, ou possivelmente por alguma outra mulher que tenha a experiência da maternidade.

Existem uma variedade de rituais que devem preceder o nascimento. Um ritual em algumas tribos envolve o desatar de certos nós para que o cordão umbilical não corra risco de ter um nó. Algumas vezes todos os nós nas roupas da gestante são desfeitos ou cortados. Outras vezes, o cabelo da gestante será solto se estiver preso com um pino ou amarrado com uma fita.

À nova mãe é permitido que toque somente objetos essenciais durante os meses de quarentena. Os objetos que ela toca, tais como utensílios para cozinhar e para comer ou lençois, se tornam impuros e mais tarde eles são destruídos. Apesar de tudo isto terminar com o batismo do bebê, algumas tribos são excessivamente cautelosas. Para estas tribos, ainda levam de dois a três meses até que a nova mãe possa se aproximar de seu marido ou retomar suas tarefas domesticas sem o uso de luvas.

Outros rituais simbólicos envolve o reconhecimento formal do rebento por seu pai. Em algumas tribos Roma, a criança é embrulhada em faixas onde tem algumas gotas do sangue paterno. Em outros casos, a criança é coberta com uma peça de roupa que pertança ao pai. É tradicional em outras tribos a mãe colocar o bebê no chão. O pai a apanha e coloca uma tira vermelha em torno de seu pescoço, reconhecendo assim que a criança é sua.

Em algumas tribos a mãe não pode ser vista por homem algum, exceto o marido, até o dia do batismo. O marido enfrenta restrições também. Ele fica proibido de sair entre o por do sol e o nascer do sol para ficar longe de espíritos malígnos, chamados tsinivari, que podem atacar a criança durante a noite. Estes espíritos malígnos atacam a mão também. E somente outras mulheres, e nunca o marido ou outros homens, podem proteger a mãe por causa de sua condição marimé.

O batismo acontece algumas semanas ou alguns meses depois do nascimento, mas é mais comum entre duas a três semanas. Durante este período a mãe e a criança são isoladas da comunidade. Antes do batismo o nome da criança não pode ser pronunciado, ela não pode ser fotografada e em alguns casos o rosto da criança não pode ser mostrado em público.

Este período não termina até o batismo quando as impurezas são lavadas pela imersão na água. Esta é a prática mais freqüente de lavar a criança em água correte, um ato separado de qualquer batismo subseqüente. Depois de lavá-la, a criança é massageada com óleo para fortalecê-la. Em alguns casos, amuletos ou talismãs são usados para proteger o bebê de espíritos malígnos.

Depois da purificação pela água, o bebê formalmente se torna um ser humano e pode então ser chamado pelo nome. Este nome, estretanto, é apenas um dos três que a criança levará por toda a sua vida:

- O primeiro nome dado permanece um segredo para sempre. A Tradição entende que este nome é sussurrado pela mãe, a única que sabe na hora do nascimento e este nunca é usado. O propósito deste nome secreto é para confundir os espíritos sobrenaturais e afastar a verdadeira identidade deles.

- O segundo nome é um nome Roma, aquele usado entre ele, os Rom. Este é conferido informalmente e usado somente entre eles.

- O terceiro nome é dado em um segundo batismo e ocorre de acordo com a religião dominante do país onde a criança nasceu. Este tem pouca importancia para os Roma e é somente uma necessidade prática para ser usado quando em contato com os não-Rom.

Os pais Rom são considerado extremamente permissivos na criação de seus filhos, de acordo com os padrões não-Roma. Isto não significa que os anos que se segue sejam fáceis. O rigor e as dificuldades na existência dos Roma tornam as crianças fortes. A criança possui um lugar especial no seio da família, adorado e guardado por seus pais.

É responsabilidade de todos na família ajudar a cuidar da criança. Ele ou ela aprende e realiza suas habilidades de seus pais, primeiro como um processo de imitação e finalmente ajudando os seus pais no que for preciso. Muito também é aprendido na observação da comunidade de jeito Rom de viver.

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